Amo ruas apertadas
becos sem saída
escombros e penumbra
não sei que espiral
incerta se vai do topo
ao poço e se bebe sôfrego
o desabotoar da bata
da mulher maluca
dos gatos esmaga-me
o decote da lua
à noite, de baton preto
à gótica lúbrica morde-me
caminho como psicólogo
do verso falhado
dito entre dentes
ouvia-se o piar da ave
não de um ave ave, mas de
de um ânsia, ânsia
que doce cântico lhe
sai, fole apertado
que lhe instiga o fogo
ao longe, o castelo
suspenso num sonho
de nuvens e tinta da china
na cúpula do tempo
a cópula fantástica
mólecula de vidro
de súbito acende-se
uma luz amarela
fleumática, a solidão