06.07.22
preso por um fio solto
quando te vi translúcida
a vir com a luz matutina
de mexer no logarítmo
que é a minha vida
baça sempre lúcida
trazias nos olhos o mar
na pele branca areia fina
o orgulho dos cabelos
(des)penteados pelo vento
marítimo e desigual
é como se viesses socorrer-me
do naufragio que era pensar
em ti e, no fundo, parasses
a desigualdade entre o
o bem de ser possível
e o mal do impossível
tens a palavra passe para
entrares no meu coração
peço-te um dia
de luz divina e vibrante
persistente a derreter
a densa treva que é
a minha solidão